domingo, 10 de janeiro de 2010

Especial: Como foram os saltos entre as gerações?

Se você acompanha o Nosso Blog há algum tempo, provavelmente deve conhecer — e muito bem — a história e praticamente tudo relacionado ao gigantesco universo do entretenimento eletrônico. Mas, desta vez, resolvemos nos aprofundar em algo inexplorado e muito interessante.

Certamente, contamos com diversas gerações no mundo dos games — sete, para ser mais preciso. Como você pode imaginar, muita coisa aconteceu do início desta febre até a atualidade. Mas o que exatamente mudou de uma geração para outra? Quais foram as novidades? É isso que você confere neste especial preparado pela nossa equipe.

Jogabilidade, gráficos, acessórios, som, estilos e até mesmo o modo de como os video games passaram a ser vistos são apenas alguns dos elementos que sofreram drásticas mudanças durante todo este tempo. Além disso, muitas inovações surgiram de uma geração para outra, trazendo conceitos que nunca haviam passado pela cabeça dos jogadores. Confira.

O começo de tudo


O começo de tudo
Jogar já é mais que suficiente


Como se pode imaginar, na primeira geração, jogar era a grande novidade. Antes do lançamento do lendário Odyssey, o primeiro video game conectado à TV, tudo o que tínhamos à disposição eram computadores gigantescos que proporcionavam jogos os quais, na concepção atual, nem poderiam ser considerados como video games.

Mas, o Odyssey trazia uma experiência que pode ser considerada como base estrutural do que temos hoje. Em simples jogos como Tennis e Hockey, até dois jogadores podiam disputar partidas. Na primeira versão do console, não haviam cartuchos, apenas os jogos embutidos na memória. Outro fator interessante é a ausência do HUD, ou painel de informações em jogo. Os jogadores tinham de marcar os pontos manualmente.

Em suma, trata-se de uma geração demarcada pelo surgimento dos video games. E, neste caso, jogos eram como muitos brinquedos, sendo realmente limitados e com poucas possibilidades. Não havia nem como jogar contra o computador, algo que só se tornou possível com a inclusão dos microprocessadores nos consoles. Na realidade, os jogos eram como uma espécie de substituto para os esportes, por isso o foco na competitividade e na interação entre os jogadores. Daí o termo “jogo eletrônico”, ou video game (jogo em video).


O grande salto
Os games são “pop”


Finalmente, com a chegada do lendário Atari 2600, em 1977, os video games começavam tomar sua forma contemporânea. Por quê? Os cartuchos eram introduzidos ao mundo do entretenimento eletrônico. Finalmente, os jogadores poderiam trocar de games como trocavam de blusa, algo que contribuiu, e muito, para o crescimento da indústria.


Logo, o Atari se tornaria sinônimo de diversão, e muitas outras empresas começavam a enxergar grandes possibilidades lucrativas neste novo ramo. Com o Atari, muita coisa mudou. O salto se concretiza pela chegada de uma espécie de versão “beta” da inteligência artificial. Ao contrário dos consoles antecessores, o Atari 2600 já permitia jogos em single-player, incluindo até mesmo games com uma espécie de campanha.

Basta observar exemplos como Superman, por exemplo, que oferecia uma proposta que ia além de apenas acumular pontos. Além disso, os gráficos simplórios da geração anterior se tornaram história, pois surgiam as primeiras representações virtuais que faziam o jogador acreditar que aquele monte de quadrados era, na realidade, um super-herói charmoso.

Quanto ao som, a evolução também é nítida. Anteriormente, eram emitidos apenas um ou dois ruídos. Com a chegada do Atari, surgiam algumas melodias e até sons que tentavam imitar a realidade. Não há como não se lembrar da “musiquinha” de Pitfall ao saltar com a ajuda dos cipós.

Nesta geração, a popularização dos consoles foi evidente. Finalmente, os games se tornavam populares, o que resultou em um gigantesco salto para a indústria devido à demanda do público.

Nasce um ícone
A era dourada dos games


Mas, foi na década de 1980 que os jogos eletrônicos se consolidaram definitivamente no mercado. Após uma intensa crise dentro da indústria, os games deram a volta por cima e se superaram. Tudo isto se deve, basicamente, a uma empresa, que ainda continua firme e forte no mercado: a Nintendo. Com o lançamento do Famicom, ou Nintendinho, como é conhecido por aqui, o mundo dos games jamais foi o mesmo.

Conhece esta figura?Na geração passada, tínhamos jogos com gráficos razoavelmente ilustrativos, os quais, mesmo esforçados, ainda obrigavam o jogador a imaginar o que era aquele monte de quadrados. Com a chegada do Nintendinho, o salto foi simplesmente gigantesco. Basicamente, ainda tínhamos um console de mesa com entrada para dois joysticks — que, agora, não eram mais alavancas e sim os famosos gamepads — e para cartuchos. Entretanto, o hardware era muito mais avançado, permitindo a criação de jogos que até hoje são respeitados como grandes clássicos.

O Nintendinho trazia consigo gráficos coloridos e completamente convincentes. Ao visualizar um game para o console pela primeira vez, muitos se impressionavam por, finalmente, estarem se deparando com algo que realmente poderia ser chamado de uma representação visual do ser humano. Basicamente, você conseguia identificar o que estava observando sem precisar pedir ajudar para alguém.

A Big N provou que os consoles de mesa não eram apenas simples brinquedos, trazendo propostas que iam muito além de tudo que já havia sido visto no entretenimento interativo. Basta observar o lendário Super Mario Bros., game que revolucionou os jogos pela sua proposta e por ser extremamente cativante. Mario trazia consigo uma proposta inédita, com foco simultâneo na narrativa e na aventura.

Falando em narrativa, é importante ressaltar que foi durante esta geração que surgiram os primeiros games com uma trama contextualizada com a ajuda de informações no formato de texto.

Quanto ao som, muitas das trilhas sonoras dos games ainda mantêm-se guardadas na memória de diversos jogadores. Melodias completas podiam ser ouvidas com uma qualidade sem precedentes, gerando faixas que simulavam diversos instrumentos. Os ruídos também eram absolutamente incríveis.

O console também iniciou a popularização dos acessórios extras, como pistolas e até mesmo o lendário tapete sensível à pressão — o qual ainda é muito utilizado em jogos de ritmo. A era 8-bits foi uma verdadeira maravilha.


Uma geração Super
Em todos os sentidos


Durante a quarta geração, iniciava-se uma espécie de guerra fria dos games, a qual envolvia a Sega e a já conhecida Nintendo. A disputa era intensa, e isto resultou em muita diversão para os jogadores — acredite. Com esta briga, surgiam jogos de extrema qualidade, trazendo propostas ainda mais inovadoras. Novos gêneros surgiam, e os antigos desfrutavam de aprimoramentos memoráveis.

Que saudadesOs consoles mantinham uma estrutura semelhante aos seus predecessores, contando com duas entradas para joysticks e um slot para cartucho. Entretanto, jogabilidade do Super Nintendo, por exemplo, exigia um gamepad mais complexo, desta vez com seis e não apenas dois botões e um direcional.

Nesta época surgiram grandes franquias de empresas terceirizadas, como é o caso de Final Fantasy e dezenas de outros títulos, por exemplo. A trama também se tornou mais elaborada, o que acabou gerando jogos em série — algo também inovador para a época.

Os gráficos desta geração eram simplesmente impressionantes. O salto foi enorme, e os jogadores podiam conferir muito mais detalhes em seus games, incluindo animações e representações tridimensionais — vide Star Fox. O som também se mostrava muito mais potente, com vozes bem definidas e trilhas ainda mais elaboradas.


Três é Demais
Apresentando os polígonos


Bem, na quinta geração, entrava em cena uma nova marca que revolucionaria, de uma vez por todas, o universo do entretenimento eletrônico. Quem? A Sony, ao lado de seu saudoso PlayStation. Saiam os cartuchos — com exceção do Nintendo 64, que continuou investindo nos chips com armaduras plásticas — e entravam os CDs, o que possibilitou a introdução de elementos inovadores.

Talvez uma das mais significantes, e impressionantes, novidades foram as CGs. Trata-se de clipes que contextualizavam, ou simplesmente ilustravam, os games através de animações de alta qualidade. Todos devem se lembrar das cenas de Final Fantasy VII ou até mesmo do assombroso Resident Evil.


Falando nisso, muitos gêneros encontraram novos horizontes, tudo graças ao novo modo de jogar. Agora, tudo era tridimensional, o que possibilitava novos modos de exploração e, consequentemente, a criação de novos gêneros. Felizmente, muitos títulos conseguiram se adaptar a esta nova era, como é o caso da série de Mario, por exemplo, que revolucionou com a chegada de Super Mario 64.

A quinta geração foi marcada pela introdução do termo tridimensional aos games. Com os novos recursos tecnológicos, os games começavam a se tornar ainda mais realistas, mesmo que muitos dos personagens fossem pontiagudos e relativamente longes de nossa realidade. O importante era a exploração de um ambiente que relembrava bastante o mundo em que vivemos.

Quanto ao áudio, o vasto espaço das mídias permitia trilhas sonoras orquestradas e jogos completamente dublados. Estávamos a poucos passos da tão sonhada perfeição, tornando esta geração a que trouxe as maiores mudanças da indústria.


Pela primeira vez, um “círculo redondo”!
Realismo e o console mais vendido de todos os tempos


A afirmação deste título pode até parecer meio estranha, mas foi nesta geração que os gráficos dos games começavam a desenhar, pela primeira vez, objetos realmente redondos. Inaugurada pelo famoso DreamCast, da Sega, esta geração foi consolidada pelo domínio da gigantesca Sony, que passaria a ser reconhecida como a gigante do ramo.

Todos os consoles desta geração contavam com mídias em disco, o que causou a extinção dos cartuchos. Entretanto, assim como na geração passada, era possível salvar o seu desempenho e outros elementos dos jogos em um cartão de memória, deixando de lado as palavras-passe das primeiras gerações. No DreamCast, a companhia foi além do esperado ao trazer um VMU (Visual Memory Unit), o qual, além de salvar seu progresso, também servia como um auxilio visual para o jogador, exibindo informações em tempo real durante o jogo.

Em termos técnicos, o avanço, novamente, foi gigantesco. Com 128 bits, os consoles conseguiam processar dados de tirar o fôlego, trazendo ambientes caprichados e muita ação na tela. Um dos grandes exemplos é o famoso God of War, que é considerado por muitos como um dos jogos mais belos do console da Sony.

O começo de uma era fantástica

Foi nesta geração que Bill Gates apresentou seu console ao mundo. E, falando em dinheiro, muitos dos games passaram a ser produções que envolviam milhões de dólares, como é o caso de Shenmue que, por muito tempo, foi o jogo mais caro da história.

Os direcionais analógicos, introduzidos no final da geração passada, passaram a ser indispensáveis para muitos títulos. Além disso, o Xbox, da Microsoft, introduzia um novo conceito para o que conhecíamos como multiplayer: jogar online. Outro fator interessante é que os games passaram a ser vistos como algo também adorado por gente grande.


Online, DLC e Wireless
Tudo em um só aparelho


Jogar games em sua TV era o princípio básico da primeira geração. Na sétima, você joga, assiste filmes, ouve música, acessa a internet, conversa com seus amigos, faz desenhos, vê fotos e ajuda o mundo com o poder de seu console. É, amigo, os tempos mudam.

Na era do Xbox 360, PlayStation 3 e Nintendo Wii, o mundo novamente desfrutou de uma revolução. A geração HD não reinventou a roda, como aconteceu na transição da quarta para a quinta. Entretanto, os aprimoramentos foram absurdos e a integração com o mundo online trouxe novas possibilidades.

Se considerarmos a jogabilidade, quase não há diferença entre o primeiro Xbox e o Xbox 360, por exemplo. Mas, se mencionarmos “Nintendo Wii”, a coisa esquenta. A Big N, que nas gerações passadas enfrentou dificuldades, simplesmente destruiu e destrói nas vendas, graças a ajuda do público casual que adorou a aposta da empresa nos controles intuitivos.

Além disso, tudo se tornou mais fácil. Nem mesmo precisamos sair de casa para adquirir jogos, e jogar com os amigos é algo que pode ser feito à distância e sem qualquer empecilho.

O visual alcançado nesta geração espanta qualquer um. Observe Uncharted 2: Among Thieves, o jogo mais bonito de todos os tempos, e notará o que estamos falando. As trilhas sonoras se igualam às faixas apresentadas em filmes hollywoodianos, e o custo de produção, também.

Um soco nunca foi tão bonito

Mas, se prestarmos muita atenção, os jogos ainda são os mesmos. Por quê? Você se pergunta. Bem, a estrutura ainda é a mesma de 40 anos atrás. Sentamos, pegamos o controle e desfrutamos de uma aventura em frente aos televisores. Mas, agora, tudo é mais enfeitado e detalhado. Querendo ou não, a essência dos games ainda continua viva, firme e forte.

E como será a próxima geração? Será que teremos um salto ainda maior? Aparentemente, quem dominará mesmo serão os controles sensíveis à movimento, algo que já é indicado pelas gigantes do ramo. Resta esperar.

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