quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Divinity 2: Ego Draconis

O voo do dragão é marcado pelas diferenças entre as plataformas.

A Larian Studios vem despertando a curiosidade dos jogadores com o seu novo game, intitulado Divinity 2: Ego Draconis. A proposta é ambiciosa, mesmo apesar de o jogo se apoiar sobre algumas mecânicas bem conhecidas dentro do reino dos RPGs.

A versão em alemão da demonstração já tinha sido lançada, mas finalmente os curiosos podem matar a dúvida a respeito do jogo, uma vez que a demo traduzida foi lançada, tanto para Xbox 360 quanto para PCs. O nosso blog, é claro, mergulhou fundo em uma longa sessão de testes.

O início da saga

Em Divinity 2: Ego Draconis, você assume o papel de um caçador de dragões, abençoado (ou amaldiçoado) com a incrível habilidade principal de se transformar em uma das letais e poderosas criaturas. Bem, isso acontecerá mais adiante no jogo... Afinal, a demonstração dá início à narrativa e à história do guerreiro.


Quando a partida se inicia, você ainda é um novato, sem qualquer conhecimento dos perigos do outro mundo e completamente cego em relação às aventuras mágicas que estão ocultas no mundo. Tudo isso muda com um ritual, que transforma seu visual e sua percepção. O preço por isso é alto e vem sob a forma da sua memória.

Cultivando missões

Depois de virar um aprendiz de caçador, o jogo o “solta” pelo mapa, podendo passear pela vila com o intuito de conversar com os aldeões e de coletar missões. Elas vão da simples coleta de objetos até a eliminação de hordas de inimigos, que é o caso do soldado preso em seu observatório graças a uma verdadeira invasão de Goblins.

O número destas missões também não é baixo: coletando todas, você desprenderá algumas horas matando, caçando e explorando. O sistema de habilidades e de desenvolvimento do personagem não foge muito do comum: estão presentes pontos que devem ser gastos em atributos como destreza e força, bem como magias e melhorias para os ataques (skills).

A nave de transporte

É proibido salvar!

Esta pode ser apenas uma demonstração, mas é frustrante passear pela vila coletando missões e desenvolvendo o personagem, tudo para não poder salvar o progresso depois. Há a coleta de Checkpoints, que servem única e exclusivamente para retorná-lo após as mortes, mas se você quiser “zerar” esta amostra, prepare-se para algumas horas de jogatina.

Controles sombrios

Quem teve a oportunidade de testar a versão de demonstração em ambas as plataformas certamente percebeu, em primeiro lugar, como os controles são ligeiramente diferentes. No PC você tem controle livre da câmera através do mouse (o que garante mais mira com os arcos, sem dúvidas) e se movimenta para trás ou para frente, com as outras teclas executando movimentos laterais (o famoso Strafe).

Já na versão de Xbox 360 a movimentação é praticamente livre, de acordo com a direção apontada no direcional analógico. Cuidado para não perder a mira, ou você acabará lutando contra a câmera e morrendo em decorrência de erros na hora de se esquivar dos ataques corpo-a-corpo e dos projéteis.

O herói se ergue

Alegria para alguns, tristeza para outros

Na versão para computadores, é inegável que a qualidade de iluminação e das texturas é soberba, o que ajuda na criação de uma boa atmosfera para o jogo. Quem conta com placas mais possantes pode apelar para a aplicação de filtros de suavização de bordas de polígonos e de aumento de nitidez das texturas (filtragem anisotrópica).

Alguns efeitos não são de ponta (como as animações), mas de um modo geral, o departamento gráfico se sustenta muito bem. Infelizmente, a versão lançada par ao console da Microsoft não conta com as mesmas qualidades. O caso não é tão ruim como o de Risen (outro RPG lançado nas duas plataformas), mas as diferenças são consideráveis.

Em primeiro lugar, há uma queda geral no nível de detalhes, o que é até compreensível dada a enorme quantidade de objetos presentes na cena de uma só vez. A aplicação de Anti-Aliasing é muito sutil, o que faz com que os serrilhados saltem por todos os cantos na tela, deixando tudo ainda mais feio. As sombras são desenhadas aos poucos, de acordo com a sua proximidade.

Céus em chamas

Mas as piores coisas são vistas apenas quando você passa a caminhar pela tela, começando pela própria animação do herói, que é extremamente picotada. A impressão passada é a de que simplesmente algo ficou faltando, já que ele vira de um lado para o outro quase como num passe de mágica. A animação dos pulos é simplesmente medíocre...

Passando ao lado dos rios, você perceberá outro problema na conversão: os peixes — que no PC são tridimensionais — não passam de objetos bidimensionais, mais uma vez picotados. Em um quadro de animação eles estão no ápice do pulo e no outro simplesmente desaparecem. A morte das criaturas é sofrível, haja vista que algumas delas chegam a flutuar no ar antes de virarem tragicamente e morrerem.

Outro problema no Xbox 360, ainda em relação aos gráficos e desempenho, é a considerável queda na taxa de quadros por segundo. Em algumas cenas o jogo consegue ficar cravado na marca de 30 cenas exibidas a cada segundo, mas não é difícil ver este número flutuar abaixo dos 25.

Combates viscerais

Aproveitando as brechas

Se você não está conseguindo se livrar das rajadas de fogo do grande olho da missão principal, ou das apunhaladas dos Goblins, nós temos uma dica valiosa: siga pelo riacho ao lado. Os inimigos no game — ao menos até este ponto — são completamente incapazes de segui-lo, deixando caminho aberto para que você os aniquile com um bom arco e flecha.

Voltando ao assunto “movimentação”, não foram raras as vezes em que nos deparamos com o personagem literalmente se arrastando pelo ar e pelas paredes, deixando tudo ainda mais picotado na tela. Em algumas regiões, o herói chegou a ficar flutuando em posição de salto, preso por objetos invisíveis.

Satisfatório, mas inacabado...

O núcleo do jogo e a própria narrativa (embora não tenhamos tido uma boa oportunidade de testar tudo, já que a demonstração o coloca no início de tudo) parecem ser sólidos. Você terminará a demonstração curioso para saber como as coisas seguirão dali em diante, entretanto, o game merecia um acabamento melhor, principalmente em alguns aspectos da jogabilidade.

Recepção calorosaSem sombra de dúvidas, aqueles que optarem pelo PC como plataforma principal de jogo desfrutarão de uma experiência mais suave, bela e maleável, principalmente em relação aos controles.

Isto não quer dizer que a versão para o video games da Microsoft não é boa, mas a diferença entre ambas é nítida. O resultado final desta comparação nós teremos apenas depois do dia 29 deste mês, data de lançamento deste RPG. Que venham os dragões!

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